segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


Feliz Ano Novo !


Eu te desejo... Saúde.

Não aquela perfeita, atlética

Que corre distâncias, vence obstáculos.

Eu te desejo a saúde que te leve em frente

Por cada dia da sua vida,

Com o sorriso no rosto e o coração em paz.


Eu te desejo... Amor.

Não aquele amor infinito, de fábula.

Que de tão perfeito, pareça um sonho.

Eu te desejo um amor real, com defeitos.

Mas daqueles que quando não se tem, se sente falta

E quando está ao lado, simplesmente ame.

Eu te desejo... Paz.


Não aquela paz que todos querem,

Lendo o jornal e se entristecendo com o mundo.

Eu te desejo paz de espírito,

Que te permita viver bem consigo, e com os outros.

Sem remorsos, sem tormentos.


Eu te desejo... Tempo.

Não tempo para somente viver muito,

Ou quem sabe, pra sempre,

Insistindo nos erros e fechando os olhos pra vida.

Eu te desejo tempo

Para que a cada momento reconheça

A importância do agora.

Perceber a cada minuto


A saúde que vem em cada respiração,

O amor que se encontra em um abraço sincero,

A paz de saber que apesar de tudo

Seguimos em frente,

E tempo, que para saiba usá-lo,

E se torne eterno.

Eu te desejo isso por todos os dias de sua vida.


(texto do amigo João Bortone)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O amor é lindo


"Abraço é coisa tão séria que não se empresta, se dá. E quando os corpos se encostam, todos os chakras se tocam. Abraço é coisa tão séria que junta os dois corações: pode ecoar para sempre ou esvaziar por inteiro. Pois quando a gente abraça, traz para dentro a pessoa: com bagagem, passado, infância, viagens e o principal: seu perfume espiritual. E o que recebemos nem sempre é o que damos_ por isso alguns são afagos que nutrem por um longo tempo e outros, desespero pra matar a fome, um devoramento. 

Recuso abraçar levianamente, abraço com meu enrosco de afeto demais, amor puro, corpo colado para o abraço ser sentido, ter sentido. Abraço que é de verdade pode até ser dado de longe, pois ultrapassa as esferas e desconhece distâncias, é todo feito de encontro. Abraço é coisa tão séria que há de ser doce, leve, divertido, espontâneo, mesmo quando acalanto, colo ou celebração. A gente agarra por impulso de carinho porque a sintonia é a mesma. E quando o abraço termina, quando ele é dado de graça, fica a cosquinha no peito, uma brisinha na alma e a harmonia instalada." 


domingo, 16 de dezembro de 2012

Essa eu ôvo



Fragile
Like a baby in your arms
Be gentle with me
I'd never willingly do you harm

Apologies
Are all you ever seem to get from me
But just like a child
You make me smile when you care for me
And you know

It's a question of lust
It's a question of trust
It's a question of not letting what we've
Built up crumble to dust
It is all of these things and more
That keep us together

Independence
Is still important for us though (we realise)
It's easy to make
The stupid mistake of letting go (do you know what I mean)

My weaknesses
You know each and every one (it frightens me)
But I need to drink
More than you seem to think before I'm anyone's
And you know

It's a question of lust
It's a question of trust
It's a question of not letting what we've
Built up crumble to dust
It is all of these things and more
That keep us together

Kiss me goodbye when I'm on my own
But you know that I'd rather be home

domingo, 9 de dezembro de 2012

O amor é lindo

Sobe a vinheta, a musiquinha impregnada. Chegou a hora, nesse corrido dezembro, de lembrar mais uma vez da importância do Jornal Nacional do Amor, o JNA, nada global, particularíssimo, eu diria.
Ali nas primeiras horas da noite, bate aquela necessidade física inadiável de contar como foi o dia. Contar e ao mesmo tempo receber notícias tuas.
Seja um épico, um feito memorável, seja uma coisa à toa, um carro na poça que quase te molha todinha, um chato que te pegou para Cristo, um chefe maluco, os comentários sobre o tempo, ainda bem que choveu, meu bem, a noite está ótima para tomar um vinho, para dizer aquelas coisas que não se dizem para qualquer uma.
Sobe a vinheta, sonoplasta, é o Jornal Nacional do Amor que começa agora, uma dos momentos nobres de ter alguém na vida, conta lá que eu conto cá, e haja narrativas.
Ter alguém para contar seu dia é melhor que sexo, melhor que costelinha de porco, melhor que lamber os beiços com o galetinho-gloss da tevê de cachorro, melhor que doce de leite, melhor que sarapatel, é tão bom que empata com carne de cabrito, manjubinha com cerveja ou feijoada completa.
Contar para um amigo é diferente, contar para um irmão é outra história, contar para a vizinha é roubada, contar só serve, amigo, se for à boquinha da noite, e se for para a mulher que habita, sem pagar prestações, sem aluguel ou fiança, a Cohab, o BNH, o conjunto do Mirandão no Crato, o Alfredo Bandeira no Recife ou a quitinete metropolitana dos nossos pobres corazones.
O Jornal Nacional do Amor não tem mentiras de graça, somente mentiras sinceras, aquelas que melhoram as coisas, que levantam a bola, que restauram a lua de mel no auge de Canoa Quebrada, com aquele céu de Bilac, ora direis, aquela cachaça, sustança, e os lençóis de cambraia bordados, letras barrocas, “até que a morte os separe”.
Na alegria ou na tristeza, contar o dia é a melhor das artes de estar juntos.
Do amor e suas leseiras incríveis, suas breguices, porque todo amor é brega assim como todas as cartas amorosas são ridículas; só os cults e metidos não amam, não aprenderam nem mesmo com os brutos de Shane e de outros belos faroestes.
Do amor, seu Sthendal, nós nunca enchemos a barriga.
Eita fome de viver da gota, eita Jequitinhonha da existência.
“Ai, amor, estou tão cansada, meio enjoada, acho que vou menstruar”, ela diz, bem linda, ainda na rua, “você me agüenta mesmo assim?”, ela completa.
No que o mancebo sintoniza Legião Urbana: “Você me conta como foi seu dia/ E a gente diz um p’ro outro:/ – Estou com sono, vamos dormir!”
Contar sempre, porque até nossos silêncios dentro de casa deixam ecos que viram legendas para sonhos e amanteigadas manhãs.





Puta sacada


sábado, 8 de dezembro de 2012

Essa eu ôvo

coisas que marcam a gente...

voce me trata tão bem,
mantém meu coração ferido...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Apimentando a relação


Puta sacada



O amor é lindo


“Aquelas meias haviam sido compradas na primeira viagem que fiz com a minha mulher, poucos meses depois de começarmos a namorar. Uma viagem em que cruzamos os Estados Unidos de carro, sem rumo, parando de cidade em cidade, dormindo em motéis de beira de estrada e nos descobrindo _ descobrindo, por exemplo, que eu não era o tipo de cara que gosta de cruzar um país de carro, sem rumo, parando de cidade em cidade, dormindo em motéis de beira de estrada. Meu apego por road movies, me dei conta, enquanto discutia com a voz do GPS numa highway de oito pistas em algum lugar do Arizona, tinha mais a ver com movies do que comroad. (Há uma diferença nada sutil entre assistir a Paris, Texas e estar em Paris, Texas _a diferença, digamos, entre um deserto e uma poltrona.)
Foi lá pelo meio da viagem, quando eu estava aflito, espremido entre caminhões mastodônticos e o possível fim do namoro _ela sempre querendo ver o que havia do lado de lá da montanha, eu sugerindo tomar uma cerveja na próxima esquina_ que comprei as tais meias, numa cidadezinha em Nevada. Eram grossas, confortáveis, meias de domingo, daquele velho domingo que ‘pede cachimbo’ na canção infantil. Apesar de estrangeiras, emanava delas o inconfundível aroma do lar. Algo sutil, claro: mas não é nas sutilezas que Deus e o Diabo se escondem? Pois as meias verdes amaciaram um pouco aqueles dias atribulados.
Teve uma tarde, já no fim da viagem, em que subimos um platô em Monument Valley, no Arizona. Um cenário de faroeste, digno de John Wayne ou Papa-Léguas, e, embora _ou talvez exatamente porque_ escalar um platô no meio do deserto fosse a caricatura do que me desagradava no pacote aventura, a epítome do desconforto, consegui relaxar e aproveitar. Ao chegar lá no alto, suados, tiramos os sapatos, ficamos em silêncio, um encostado no outro, admirando a paisagem marciana. Anos depois, mesmo tendo lavado dezenas de vezes as meias verdes, uma manchinha da terra vermelha de Monument Valley resistia, impregnada às suas fibras. Sempre que abria a gaveta e as via, me voltava à memória aquele momento da viagem, o momento em que entendi que o namoro, apesar de nossas diferenças _eu, poltrona; ela, platôs_ iria dar certo. E deu.”
Trecho de Ficando para Trás, crônica de Antonio Prata


sábado, 1 de dezembro de 2012

Jesuis me chicoteia !


O amor é lindo


Quando já fores velha, e grisalha, e com sono,
Pega este livro: junto ao fogo, a cabecear,
Lê com calma; e com os olhos de profundas sombras
Sonha, sonha com o teu antigo e suave olhar.

Muitos amaram-te horas de alegria e graça,
Com amor sincero ou falso amaram-te a beleza;
Só um, amando-te a alma peregrina em ti,
De teu rosto a mudar amou cada tristeza.

E curvando-te junto à grade incandescente,
Murmura com amargura como o amor fugiu
E caminhou montanha acima, a subir sempre,
E o rosto em multidão de estrelas encobriu.

William Yeats